quinta-feira, 4 de março de 2010

Cinco

Como eu queria que existissem TVs nos hospitais... E olha que eu me contentária até com um noticiário trágico local que estivesse passando. Já era cedo e eu acordava bem lentamente. Já não sabia se tomava esse café frio que me deixaram aqui juntos com essas rosas brancas ao lado dessa maca. Eu realmente não gosto de flores, me lembram enterro e na minoria das vezes me lembram você. Você e sua doentia mania de preferir flores do que qualquer outro tipo de presente.
O dia amanhecia bastante nublado e sol se mostrava bem tímido para qualquer aparição. Eu nunca estive tão ancioso, eu saberia que você não iria me ver, mas mesmo assim eu sentia que você poderia mudar de idéia.
(...)
Minha alta foi sair às nove e meia da manhã e só agora percebi que tinha acordado bastante cedo. Me dirigia até a recepção quando eu me lembrei que não havia mais carro. Eram treze quarteirões dali até meu apartamento. Pra quem não saia mais sem carro seria uma "aventura" e tanto. Peguei a receita médica, minha jaqueta e sai em direção a galeria. Ao atravessar a rua, percebo um som que não ouvia há mais de um ano. Era você e sua velha lambreta. Fixei meu olhar no seu e você desligou a moto. Meu dia estava prestes a começar.

1 comentários:

Letícia disse...

Sem mais elogios senhor Caio.
Estou anciosa pro próximo post!

Postar um comentário