segunda-feira, 26 de abril de 2010

Nove

"As coisas como elas deveriam ser". Com essa idéia fixa na cabeça consegui me manter longe de qualquer atitude precipitada que viria a prejudicar ainda mais a situação. Já havia quase um mês que você partira. E por mais incrível que pareça eu me adaptei bem a situação. Confesso que meu sofrimento foi facilmente combatido através do álcool, mas ele não durou o bastante para ser vingado em mais goles. De fato, minhas dúvidas também pipocavam. Eu queria saber de como você estava, como era a capital, como tem vivido agora que já não estava mais comigo e por último e mais importante: será que você já havia encontrado alguém?
[...]
Pelas manhãs a monotonia se repetia. Tomava capuccino com torradas e ia caminhar no parque. No meu CD Player só tocava aquele disco do The Carpenters que você esqueceu na minha estante. Não era meu tipo de música favorito, mas logo se torna...
- Ei! Cuidado! - disse ela ao trombar em mim!
- Nossa! Sinto muito! - eu realmente estava bem distante e não percebia que essa moça estava na pista. Alias todas as manhãs ela se encontrava no parque. Com sua camiseta larga, seu shortinho de lycra e seu tênis de corrida. Ela era incrívelmente linda e nem se importou tanto com aquela situação embaraçosa. Bem, continuei minha tragetória e voltei pra casa. Dentro de instantes eu já havia tomado meu banho e já me dirigia para a firma. O conserto do carro ficou por um preço irrisório. Felizmente minha vida se estabilizara depois da sua partida. Mas eu ainda sinto um enorme vazio. Algo indescritível, ao ponto de se comparar com um ataque esquizofrênico. Sinto que sua ausência não iria me prejudicar tanto... mas até quando?